domingo, 18 de outubro de 2009

Capitulo 6

Comecei a sentir minha cabeça pesar, e algo gélido segurando minha mão. Estava voltando ao mundo real.
-- Aro gostaria de te ver—Disse alguém sentado ao meu lado na cama. Foi então que senti uma preção em meu pulso fraturado. E me ouvi gritando a plenos pulmões.
-- Calma. Não vou te machucar. É só o curativo, está vendo?
Ele levantou meu punho para que eu pudesse analisar o que estava acontecendo: Meu braço estava envolto por uma camada de gesso.
--Agora, por favor, me acompanhe.
Demetri me ajudou a levantar. Pisei firmemente no chão, não poderia ser um sonho com tantas sensações tão reais, eu podia sentir o vento leve tocar meu rosto, ouvir a minha, atrapalhada, respiração... Infelizmente... Não era um sonho.
O vampiro me pegou nos braços, eu não podia deixá-lo me tocar assim (mesmo sabendo que minha reclamação não mudaria muita coisa...)
--Eu ainda sei andar. —Falei entre sussurro, não ousaria usar outro tom com ele.
Demetri me colocou no chão, para minha surpresa, e continuou andando.
-- Vamos!—Me encolhi com seu tom de voz, era tão autoritário, parecia meu pai brigando comigo depois do evento da delegacia a, pelo que parecia agora, séculos atrás, quando as coisas eram normais... A lembrança de um pai que nunca mais veria na vida deixou meus olhos embaçados
-- Nunca mais os verei. — Pronunciei a mim mesma, sabendo que o assassino a minha frente também escutou, porem não comentou nada.
Caminhamos em silencio pelos corredores da construção. Minha mente não estava registrando o caminho, apenas vislumbrava o manto cinza a minha frente, e tentando ignorar as lagrimas que já caiam sem permissão pelo meu rosto. Milhares de perguntas se formavam a cada respiração pesada que ouvia sair de mim, mas nenhuma com resposta.
Bati em algo solido. Demetri havia parado.
--D-desculpe. — Levantei minha mão e enxuguei as lagrimas que não haviam caído pelo caminho.
--Chegamos. —Ele mostrou a direção que eu deveria tomar. Sua mão novamente Foi em direção a maçã do meu rosto, e como se tivesse se arrependido do gesto, sumiu do meu campo de visão.
Na minha frente se encontrava novamente a porta dourada. Respirei fundo e antes de pensar em estender meu braço bom a ela, a porta foi aberta. Agora eu estava no Salão.
--Seja bem-vinda, Amanda!—Disse Aro como se me conhece-se há muitos anos. Minha reação foi apenas olhá-lo nos olhos. Já sentia na garganta o medo querendo se expressar, mas eu não o deixaria. Iria agüentar firmemente minha punição. —Sei que está com medo. Entretanto fique tranqüila, não lhe faremos mal.
Agora fiquei realmente surpresa, não me fariam mal?! Levantei meu braço mostrando o estrago do nosso ultimo encontro. Ele fingiu não reparar em meu movimento, mas garanto que ele agora percebia que não seria fácil conseguir minha confiança. Em resposta ele caminhou até mim, eu esperava um movimento rápido, digno de um vampiro, mas ao contrario, seus passos foram lerdos até para um humano.
Instintivamente dei um passo para trás. Avistei, nas três cadeiras ao fundo, outro vampiro se levantar.
--Tem coragem?—Ele falou com uma voz sedosa. Não sabia para quem se direcionava aquela ameaça. Entretanto, como o silencio se perpetuou, percebi que era eu a encrencada. —Eu falei com você!—Ele apontou seu dedo esquelético para mim. Totalmente encrencada!
Novamente, temendo o futuro, arrastei ainda mais meus pés para trás. Péssima idéia, esbarrei em uma pedra gélida. Ótimo! De agora não passo!
Eu não conseguia raciocinar nada, apenas olhei para Aro com os olhos cheios de lagrimas.
--Minha cara Amanda, --Começou o único que parecia me entender, mas já era tarde de mais. Caius apenas fez um movimento com a cabeça, vi uma vampira baixinha sorrir maleficamente, Jane, e depois... Estava me retorcendo no chão.
A dor era insuportável. Sabia, eu, que aquilo não iria me machucar, mas naquele momento a única coisa que queria era morrer o mais rápido possível.
-- Não!—Gritou uma voz que já estava sendo reconhecida por mim. E então a dor sumiu.
Fiquei estirada ali no chão tentando me recuperar, colocar meus pulmões para funcionar normalmente novamente. O silencio se arrastou me aguardando.
-- Caius, não acho que isso seja necessário. —Me sentei no chão, ainda com a respiração entre cortada, enquanto Aro me defendia.
-- Mas se ela, -- Caius apontou para mim com raiva —Servirá para algum propósito, o que deveríamos fazer?! Tem alguma idéia!?
-- Fazer uma humana confiar em nós? Claro! Será muito fácil — Disse o vampiro que deveria ser Mairus pela primeira vez, parecendo totalmente entediado.
-- Nunca disse que seria fácil —Pronunciou Aro já com um tom vitorioso. – E nem que seria impossível.
--Mas ela é a-p-e-n-a-s humana! – Marcus falou assim mesmo: a-p-e-n-a-s, novamente parecendo ainda mais entediado.
Do nada um vampiro cruzou o salão e parou na frente de Aro, graças a ele percebi como estava cheio o local. Atrás de mim se encontrava o exercito Volturi.
Aro segurou a mão do misterioso vampiro e fechou os olhos para melhor se concentrar, me privando de sua cor vermelho sangue.
-- Realmente, de normal, você não tem nada, Amanda.
--Eu?!--Serio, ele só podia estar brincando. Agora eu só queria morrer em paz, seria tão difícil assim?! Ele interrompeu a minha loucura particular com um profundo suspiro.
--Assim que nos encontramos pela primeira vez-- Tentei desesperadamente não pensar naquele momento, porem flashes ainda assim me provocaram um frio na espinha, fazendo-me estremecer-- Persebi que era especial, mas isto é totalmente Fantástico.
--Como assim?! Pensei que apenas a mente dela nos interessa-se -- Agora quem o interrogava era Marcus, finalmente ele parecia interessado em algo.
--Minha mente?-- Quando persebi, já me escutava questionando-os, Cale-se Amanda, O que pensa que...!"
-- Vamos Amanda! Não deve ser tão difícil assim perceber.
Pela minha expressão e a dos restantes vampiros presentes, ele deve ter notado que não tinha razão. -- Sua mente é incrível! Sempre parece estar á um passo a frente dos outros... Hum... Humanos. Você não é como todos. Seus pensamentos se organizam diferentemente de tudo que já vi. Como se pudesse aprender apenas-- Ele fez uma pequena pausa para me encarar--Uma estrategista nata, nem espero para te ver... --Sua voz foi morrendo a cada palavra, agora apenas pensadas, um sorriso ocupou seus lábios.
Fiquei boquiaberta, não só pela beleza de seus dentes maravilhosamente brancos, mas agora sabia que não era mais a normal... Eu sou é Anormal!
-- Você realmente é do que precisamos-- Mesmo falando para mim, Aro se direcionava a seus dois companheiros, que aparentavam começar a entendê-lo. -- Então imaginem agora, ela sendo uma de nós! Finalmente acabaríamos com alguns Clãs indesejáveis!-- O assassino estava realmente interessado em minha transforma... Peraí? Eu, Vampira?
-- Porem você falou de algo mais quando viu a mente de Eleazar-- Me lembrei do sanguessuga de capa preta que causará o salão a alguns minutos, Mas, este nome me era familiar... Tenho certeza que ele estava com os Cullens em Amanhecer! Como ele pode traí-los?!
-- Sim, mas é algo que nem ele ainda sabe definir. Um poder a mais!Algo que não podemos perder por nada!-- Caius is começar a interrompe-lo, quando ele levantou a mão pedindo tempo e se virou novamente pata mim-- Amanda, Sei dos seus maiores sonhos e pesadelos, sei que estou em ambos. Entretanto, gostaríamos que você se unisse a nós. Você aceita este privilégio?!
Ok! Para tudo!
-- Amanda?!
--E-eu, não posso, agradeço, mas preciso voltar minha família... d-desculpe.-- Minha voz não passou de um sopro sofrido, mesmo assim sabia que eles haviam entendido cada letra do meu" NÃO!NUNCA SEREI UM MONSTRO!" ,só que ditas educadamente...
Marcus e Caius me olharam como se eu tivesse deixado algo muito importante de lado... Minha família.
-- Acho realmente que você os ama, então, você deve estar ciente de que sua vida nunca mais será a mesma. Tem certeza que quer sua amável família nesta "Bola de Neve" também?
-- Você-- parei para respirar, o ar encontrou em meus pulmões como uma lamina afiada, provocando dor, isto não poderia estar acontecendo. -- Vocês iram atrás de mim-- Não havia sido uma pergunta, mas os três fizerem questão de sinalizar um sim com suas cabeças.
-- E claro, não mudaremos nossos hábito em nossa visita-- Um sorriso maligno brotou nos lábios de Caius com a idéia.
Depois disse não agüentei mais, minhas mãos encontraram minha face e me pus a soluçar enquanto escorria vagarosamente até o chão.
Como eles podiam fazer isto comigo? Eu agora, só queria mais do que nunca, ser normal, eu era normal.... Maldita viagem!
-- Não adianta toda essa cena, querida. A decisão já foi tomada. --Aro, então, estralou os dedos, o Som agudo trouxe Demetri a minhas costas, me pegando em seus braços em direção aos três.
Aro colocou suas mãos pacificamente em meus pescoço, me fazendo sentir sua respiração fria em minha pele exposta ao deslizar meu cabelo suado para o lado.Não me contive.
-- Por favor! Eu imploro! Só lhes pesso um único ano. Apenas um ano ainda como humana. Depois farei tudo o que quiseres.
Ele respirou fundo mais uma vez, mais próximo da minha garganta, talvez tentando me colocar ainda mais pânico, como se fosse possível.
--Qualquer coisa?
Engoli em seco, Preferia morrer
--Não iremos te matar-- Ele estava lendo minha mente pelo contato. Suas mãos deslizaram para meus ombros, o alivio varreu meu corpo mesmo com a certeza de tem saída.
-- Sim, apenas gostaria de me despedir, então, depois me tornarei uma... -- A palavra não queria ser dita por meus lábios, ele apertou um pouco suas mãos que forçando a continuar-- Volturi, não reclamarei, servirei sem questionar. -- Ele levantou uma sobrancelha, a duvida em seu olhar.
-- Um ano?
-- Apenas um ano.
-- Mas o que me garante que você voltará?!
-- Minha família acima de tudo-- Não deveria estar colocando-a tão presente desta maneira, sei disso, Mas estava desesperada por um segundo a mais de humanidade.
-- Nisto ela está certíssima... Sua família-- Bufou Caius se inclinando em direção de Marcus para palavras particulares.
-- Um ano e voltará
--Obrigada-- Abaixei a cabeça em sinal de respeito. Ele agora era meu líder, querendo ou não. Ele me concedera a vida, bem, e a morte.
-- Entretanto, tu não irás sozinha-- Levantei a cabeça rápido demais, tudo ficou negro. Não podia ser... Um Vampiro junto a mim? Um assassino atrás de cada passo meu? Um monstro saído dos meus pesadelos indo de encontro com minha família?
-- Ele saberá se controlar, espero que você também. Demetri-- Ele se dirigiu a pessoa/monstro atrás de mim-- Sabendo dos seus interesses, gostaria de acompanhar Amanda?!
Virei-me e dei de cara com o ser colado a mim, nosso corpos não tinham espaços entre si, ele olhou em meus olhos e mordeu o canto da boca, uma duvida.
"Não aceite, não aceite"
-- Claro, meu senhor.
--Ótimo!-- Declarava Aro, como se tivéssemos acabado de ter uma conversa animada entre velhos amigos-- Então, até ano que vem. Amanda-- Ele fez uma pequena reverencia em minha direção e depois na do meu "guarda costas-- Demetri. Foi um prazer enorme.
-- Obrigada-- Foi a única coisa que poderia ter sida pronunciada naquele momento.